sábado, 12 de dezembro de 2009

De volta, outra vez

Depois do grande recesso, mais uma vez é hora de passar por aqui para limpar a poeira que se acumula. Dessa vez bem forte, porque, sem dúvida, esse foi o maior tempo que passei longe disso aqui. Não vou mentir dizendo que senti saudades, foi um afastamento mais que necessário. Mas também não posso mentir que não fez nenhuma falta. Às vezes senti sim um impulso, vontade mesmo de vir aqui escrever algumas linhas. Só que,ao chegar, todo o impulso se ia e os pensamentos se perdiam pela memória.
Quem escreve, seja lá o que for, mesmo que seja apenas um blog como esse, sempre escreve imaginando um leitor qualquer apreciando a escrita. Seja pra rir, se emocionar, gostar ou não, quem escreve sempre escreve pra alguém. Durante muito tempo, sempre escrevi e escondi isso aqui, depois percebi que era loucura, pois o que se escreve sempre merece ser lido. Se não é assim, deixe sem escrever, deixe somente no intimo.
Foi nesse ponto que percebi porque nao vinha mais aqui escrever o que sentia, como escrevia antes. Era porque nao queria que ninguem mais lesse, queria so pra mim, ou pra alguem que porventura eu contasse. Se estou aqui agora, é por que o contrario se deu, estou escrevendo porque quero que isto seja lido. E daqui pra frente sei que virei mais vezes.
Entao é isso, caro leitor que um dia ler esse texto. Se veio aqui foi com algum motivo, se foi so de passagem, seja bem vindo, fique mais um pouco. Leia mais, me conheça melhor. Se ao final de alguns minutos sentir-se bem, volte outras vezes, senao sentir-se, me desculpe, mas pode ir embora, esse mundo não é o seu, procure outro que te agrade e boa sorte.

domingo, 18 de outubro de 2009

pensamentos alcoolicos

Nada como uma boa dose de álcool no sangue para fazer a gente pensar sobre certas coisas. Uma boa dose para fazer a gente ter um bom papo sério, sem tudo ficar sério ao redor. É duro admitir, mas de alguns copos de cerveja pode sim surgir um insight.
E foi assim, com a cabeça rodando, e a cerveja rodando e o estomago rodando, que parei mais uma vez para pensar em amizade.
Acompanhe o raciocinio: não ha sentimento, ou relação, como queira, chamar, mais complicada que esta; é uma linha tênue em que a gente caminha e oscila entre se entregar de corpo e alma, ou se fechar como uma concha.
Eu, feliz ou infelizmente, não sei, sou muito aberto em tudo que faço. E com minhas amizades não é diferente. Pode ser ingenuidade, ou mesmo idiotice, mas sou assim, aberto e compartilhar meus momentos com quem está ao meu lado é um praer imenso. Mas sabe quando você olha para o lado e vê que a reciprocidade não é a mesma?
Às vezes paro e penso sobre o q fazer numa hora dessas. Ainda não sei a resposta, mas so por procurá-la dá para perceber que há algo errado no ar. É por isso que, infelizmente, a única alternativa é fechar-se cada vez mais e continuar a refletir, mesmo que seja com uma boa dose de álcool no sangue.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

de volta - outra vez!!!

Quanto tempo que não passo por aqui. E quanta saudade de parar, sentar e dedilhar o teclado do PC, como quem dedilha um piano, mas apenas para escrever algums besteiras... É, ainda acho que tudo que esta aqui são apenas besteiras, mas é que são minhas besteiras e elas para mim sao muito caras.
Tenho estado feliz, e ja percebi que quando estou assim, geralmente demoro a vir aqui. Felicidade me inspira a viver, viver bem... felicidade só naõ me inspira a escrever. Não sei porque, mas é só quando to triste que os textos fluem por entre os dedos e saem da mente.
De qualquer forma aqui estou eu. E de todas as palavras que poderia utilizar aqui, a que me ocorre agora é dizer obrigado. Estou aqui agradecendo a todo este momento de felicidade que estou tendo, e agradeço a isso a quem realmente é o responsável por tudo isso - a Deus.
Fico intrigado com a maioria das pessoas, e até mesmo comigo que tem medo, vergonha, não sei o que de dizer que acredita em Deus, que está agradecido a ele por tudo. Me conforta somente pe que mesmo Pedro o negou, por tres vezes, mas mesmo assim Deus teve um projeto para ele.
Eu, tenho procurado não negar mais aquilo que acredito. Não negar mais o que sou, nem aquilo que quero. A pior coisa que pode haver eh negar-se. Aprender essa pequena liçao para mim foi duro, mas enfim aprendi e só tenho ganhado com isso.
Para todos que perdem um tempinho de seu tempo lendo esse texto, so tenho a dizer que façam o mesmo. Não tentem enganar-se, fugir dos seus sonhos, somente para agradar os olhos alheis. Vivam, o mais intesaente possivel. Só assim vai valer a pena olhar para tras e ver que nada foi deixado de lado, nem em branco.
Abração a todos e até qualquer hora.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

diário de bordo

Aqui vai um pequeno escrito da viagem acontecida. Nada muito longo, pois os acontecimentos foram muitos e intensos, e levaria horas se fosse contar todos os pormenores. Então aqui vai:

Viagem até Salvador (de ônibus - péssima). Espera no aeroporto, sono, zuação. Viagem até Curitiba, escala, São Paulo, novo vôo. Enfim Curitiba – primeira vez no sul do Brasil. Primeiro passeio de ônibus, e como o transporte aqui funciona bem. Hotel – descanso merecido(hotel legal por sinal). Primeira noite de balada – buate... (risos)... primeira de algumas noites maravilhosamente perdidas. Primeiro (de muitos) beijos. Segundo dia. Acordar mais cedo do que o merecido. Café da manha (delicia). Universidade Positivo – sessão de fotos. Volta para o hotel, descanso. Passeio no shopping – encontro. Segunda noite na balada – hehehe... nem conto como a noite terminou. Terceiro dia. Acordar mais cedo que no primeiro dia. Esperar os retardatários. Almoço no shopping. Passeio no jardim botânico. Volta para o hotel, descanso. Balada de novo, em uma nova balada. Mais beijo, mais diversão, mais curtição. Quarto dia – domingo. Dia comprido, chuva. Grandes passeios – Centro Cívico, Ópera de Arame, Praça do Japão – tudo muito lindo, inesquecível. Tarde de frio, volta para o hotel, descansar mais um pouco. Balada mais calma na noite – apenas um barzinho, sem badalações, mas já com despedidas. Quinto dia – segunda – feriado. Acordar tarde, dia mais frio do passeio. Almoço no shopping, passeio pelo centro – mesmo com chuva. Muitas fotos e risadas em um passeio a quatro. Descanso no hotel. Mais uma noite na balada – ultima balada em Curitiba nessa viagem. Noite melhor impossível. Muitos beijos e saudade. Dormir tarde, acordar cedo. Ultimo dia. Alguns percalços. Chuva em Sampa – aeroporto congestionado. Nostalgia, saudade, felicidade. Palavra de ordem – felicidade.

E esse foi o relato. Quem quiser saber mais que faça uma viagem igual.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ali e de volta

Estou de partida... não de vez, nem para onde queria ir, mas estou de partida. Sei que é somente uma semana, apenas alguns dias, mas só a sensação de sair da inércia, de estar em outro lugar já satisfaz (em parte) o desejo de ir embora.
Não sei se vocês já sentiram alguma vez, mas sempre tive a sensação de não pertencer ao lugar onde vivo. É a velha estórinha do peixe fora d'água... as vezes é o lugar, outras vezes me sinto fora de tempo... mas sempre me sinto deslocado.
Hoje mesmo vivo bem, melhor do que um tempo atrás, mesmo assim a vontade de não estar mais aqui não me abandona. Poucas coisas me fariam falta - o principal seriam os amigos, mas sei que nao os perderia, levaria eles sempre onde fosse.
De qualquer sorte, uma viagem sempre vem a calhar. Sempre faz renovar o ar dos pulmões e as idéias da mente.
Estou indo, mas semana que vem estarei de volta.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

off

Está tudo muito bagunçado: meu computador, meu quarto, meus planos, minhas idéias e minha vida. Um vento forte passou e revirou as coisas ao redor. Preciso de um tempo para colocar tudo em ordem, para refazer os caminhos. Queria encontrar meu interruptor e desligar nem que seja um instante... se ele realmente existe, queria poder desligar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

sobre religião


Religião, de fato, não se discute. Cada um tem ou não a sua e pronto. Acreditar ou desacreditar em algo superior, em uma “mão controladora”, em um arquiteto universal, em Deus, ou qual nome mais possa ter, é mais que pessoal, é “intimíssimo”.
Sempre tive um pé atrás com religiões. Desde pequeno sou curioso e questionador- respostas prontas e dogmas nunca foi minha praia. Mesmo assim nunca deixei de acreditar em algo maior tomando conta de tudo isso aqui. Acho o universo em si muito perfeito para ter se criado sozinho, com certeza foi preciso uma centelha divina para que isso tudo saísse do papel.
Esse meu pensamento não é uma verdade posta. Não to convencendo ninguém, muito menos dando provas da existência de Deus, mas é nisso que eu acredito. E mesmo desconfiado, sigo a religião a qual foi apresentado desde pequeno – a católica. Porém, mais do que católico, eu sou Cristão, por que acredito em Cristo e sua mensagem.
Acredito nessa mensagem, porque ela tem uma verdade inquestionável – é preciso amar ao próximo como a si mesmo. Tudo o mais, todo o resto vem desse amor. Se eu amo meu semelhante, eu não mato, eu não ofendo, eu não o roubo, eu não o discrimino, nem o afasto. Eu o trago para perto e simplesmente o amo – com toda sua diferença, com todas nossas desavenças.
Fico assombrado quando vejo alguém usando o nome de Deus para um mal qualquer. E isso ocorreu e ocorre com tanta freqüência que eu nem preciso parar para exemplificar. Contudo fico mais que feliz quando vejo alguém, mesmo aqueles que se dizem ateus, seguindo o ensinamento básico do Mestre que é muito simples – apenas amar.
Fugi um pouco dos meus temas recorrentes e vim falar de religião, ou mais precisamente de Deus, porque to vivendo um momento de retomada – retomada de alguns caminhos que deixei de trilhar lá atrás e que agora apareceram em minha frente novamente.
Estou vivendo um momento mais que especial em minha vida. Um momento de felicidade imensa, de grande paz interior e de muitos projetos. E nada mais justo do que vir aqui falar, e agradecer, ao responsável por tudo isso: meu Pai e meu Mestre – Deus.
Sei que, para alguns que lerão, esse texto soará agudo demais. Talvez nem entendam nada. Mas é como eu disse... é tudo pessoal demais. Cada qual entende suas próprias verdades.
Ao fim, quem sabe um dia eu lhe convide para uma xícara de chá (ou um copo de coca-cola), ai conversaremos longamente sobre essas e outras coisas e nos faremos entender. – Mas isso fica pra outra hora.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

sobre ser jovem


Ser jovem me faz diferente de uma pessoa com mais idade em muitos aspectos, mas acredito que não me faz ser menos sábio. Já disse outra vez, e repito, que sabedoria não se adquire com o tempo. Com ele talvez se ganhe rugas, cabelos brancos, dezenas de outras coisas, mas a “sapiência“ se adquire mesmo é com experiências de vida. E talvez um velho, que tenha vivido oitenta anos, não tenha tido nem a metade de experiências que um jovem de vinte anos já teve. Pergunto então: - quem tem mais sabedoria a compartilhar?
Mudando o tom, lembro-me quando era guri e o tempo custava a passar. Cada dia parecia ter uma infinidade de horas, todas elas vagarosas. O ano se dividia só em dois momentos: o da escola, o mais longo, em que esperávamos ansiosos pelo segundo, o das férias – o melhor e mais curto. E viver era só isso, nada mais. Hoje o mundo acelerou, as horas parecem minutos, e no dia já não cabem mais todas as tarefas. Nós, com tantos papéis a seguir, já não encontramos mais onde encaixar todos nas agendas lotadas. E mesmo que um dia tivesse trinta horas, ainda assim iríamos querer mais.
Aliás, vivemos sempre querendo mais. Mais dinheiro, mais amigos, mais amores, mais contatos no Orkut, mais anos de vida. Contudo, quando temos algo disso a mais, ficamos bobos e não sabemos lidar: gastamos dinheiro com besteira, não temos espaço para todos os amigos, não damos atenção a todos os amores, nem temos disposição para manter contato com todos do Orkut, e corremos da velhice, como diabos da cruz.
Será que realmente sabemos o que queremos ou aonde queremos chegar? – acho que não. Por isso é que muitos jovens, futuros velhos, buscam o “conforto” das drogas, ou a alienação do “não saber”. Para estes, vale mais a pena a degradação física, psíquica e moral, do que a famosa “dor de existir”.
Para mim, também jovem, também futuro velho, vale mais a pena colocar um tênis confortável e correr junto com o tempo. Se há dores nessa maratona, cabe a mim chegar em casa e colocar os pés na água morna, relaxar e cuidar dos calos que ficam.
Assim, quem sabe, vendo a realidade, pensando-a, sentido-a, terei as experiências necessárias. E sendo velho ou jovem, possa dizer que realmente vivo e tenho sabedoria a compartilhar.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

das coisas da vida


Parar para pensar é necessário. Nesse mundo de tanta pressa, onde as horas cada vez passam mais rápido, ainda é preciso pensar na vida.
Admito que faço isso cada vez menos, pois é um luxo perder nem que seja um segundo em reflexões. O imprescindível hoje é fazer, ter, correr - esses são os verbos. Nada de ser, ou pensar, ou sentir.
Os valores mudaram, as pessoas também. E sempre viveremos colocando o peso de nossas culpas em outras coisas - tudo que dá errado é culpa dos outros, do tempo ou do "sistema". É como se não tivéssemos as rédeas de nossa própria carruagem nas mãos.
Vivemos como feras - mulas sem parelha e sem rumo. Buscamos o horizonte, mas não olhamos para o lado ou para dentro de nós mesmos. E então cansamos de nos lamentar, e chorar e se perguntar: - onde isso tudo irá nos levar?
Essa resposta eu não sei, eu também não tenho, e como todos eu ainda sigo procurando. E também como todos eu ainda não encontrei.
É o mal dos tempos. É o mal da vida.

...


"Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas"

quarta-feira, 29 de julho de 2009

flashback


Sabe aquela música, cheiro, imagem? Aquela que te faz viajar, te carrega no colo... na onda dos pensamentos para outro local? – Sabe qual é né?
Pois bem, liguei o rádio dia desses (costume que não tenho), bem no momento “flashback”, a ai foi àquela sessão nostalgia. Literalmente viajei, para uma outra época, revi pessoas que não vejo a muito tempo, me revi, tudo com apenas algumas músicas. Bateu saudade, o coração apertou um pouco, mas logo tratei de guardar tudo de volta na memória. – Guardei sim... por que lá é o lugar delas.
Lembranças são como fios em que vamos amarrando pequenas coisas ao longo do tempo. Alguns amarram muitas coisas – boas e más, outros apenas o que convém, mas todos sempre prendemos algo lá. É tudo uma grande teia, em que pedaços de lembranças se juntam a outras, entrelaçam os fios e se misturam, formando aquilo que é nossa vida, ou pelo menos uma parte dela – o passado.
Mas não vivemos de passado, vivemos sempre o presente. E é por isso que não adianta nada sufocar, chorar e se prender pelo que já passou. O que não foi feito, palavras que não foram ditas, tudo ficou para trás. Arrependimento não carrega ao longo da vida, se sente (por uns minutos no máximo), mas também fica para trás.
A vida é uma estrada que leva só em uma direção – para frente. Olhar para trás é ate possível, mas caminhar de volta não. Cabe a nós manter o passo, mesmo quando a maré estiver contra. Cabe a nos ser o que queremos... sempre.

sábado, 25 de julho de 2009

SELO RECEBIDO


Muito obrigado a quem passa por aqui.

Recebi um selo "ESTE BLOG ME FAZ SORRIR", que posto logo abaixo junto com as regras:

-Fazer referência ao selo e publicá-lo
- Divulgar as regras
- Partilhar cinco coisas que gostamos de fazer
- Indicar 10 blogs a quem se envia o selo
- Informar cada um dos blogs.

EU GOSTO DE LER, ESCREVER, IR AO CINEMA, ESTAR COM MEUS AMIGOS, DE INTERNET (a ordem é aleatória e posso fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo)

Selo - ESTE BLOG ME FAZ SORRIR - Entregue pela Nat Valarini do blog http://garotapendurada.blogspot.com

INDICADOS

http://ed-anjos.blogspot.com/
http://sarahrodriguess.blogspot.com/
http://deoutra-forma.blogspot.com/
http://voufazerumconto.blogspot.com/
http://misteriosa-mente.blogspot.com/
http://www.prolixidades.blogspot.com/
http://notasaocafe.wordpress.com/2009/07/24/volkswagen-porsche/#comment-6194

quinta-feira, 23 de julho de 2009

flores de plástico


Odeio flores de plástico.
De que adianta ter uma flor que nunca murcha, mas que também nunca viveu? Imagine uma flor que nunca brotou, que nunca foi regada, que nunca teve seu botão ansiosamente aguardado para ser visto aberto... De que adianta ser flor, e nunca ter sido visitada por uma abelha ou ter sido entregue em um buquê apaixonado.
Odeio flores de plástico. Elas podem até não murchar, mas acumulam uma poeira eterna de momentos não vividos. Não perecem, mas também não deixam a saudade da lembrança de um dia terem existido, ou perfumado um sonho.
O pior é que não há só flores de plástico. Tem gente que tem “vidas” de plástico e nem sabem, ou sabem e não se importam. Essas pessoas existem, até enfeitam algum canto, acumulam a mesma poeira das flores, mas viver de verdade... não, isso não é para elas.
Por isso eu odeio as flores de plástico.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

de madrugada...

Calar é uma forma de dizer tanto quanto o próprio falar. Se me calo diante de algo que ouço não é porque não tenho respostas, meu silêncio já disse tudo que queria. Se tu não compreendes – paciência... Chegará o dia, espero eu, que só de olhar, tu irás me entender.
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Se choro, e às vezes eu choro sim, nem sempre é de tristeza: choro por alegrias contagiantes, por amores que nunca tive e por saudado do que não vivi. Choro também em filmes – de amor ou comédia, não importa.
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Quando leio, escrevo, ou penso, faço isso de todo o coração - sou todo eu. Mesmo que aquilo que leio não seja meu, ou o que escrevo seja inspirado em outra escrita qualquer, ou o que penso alguém já tenha pensado antes, quando algo passa por aqui, meu filtro transforma tudo. Tudo se transforma em mim.

quinta-feira, 16 de julho de 2009


As pessoas têm medo do novo. Isso é normal, eu também tenho. Ter medo do desconhecido, do que vem é autodefesa aprendida há muito tempo e ainda entranhada em nosso DNA. Até aqui nada demais, o problema começa quando esse medo paralisa, quando deixamos de fazer coisas que deveríamos fazer, quando nos acomodamos, quando nem apenas tentamos.
Viver em si é transformar-se, é sempre ser novo. Não nascemos prontos e a cada vez que aprendemos algo diferente, mudamos, para melhor ou pior, mas mudamos. Ninguém perde sua essência ao mudar, continuamos da mesma forma, mas ao mesmo tempo diferente. É como a filosofia dos mestres antigos: o rio que passa é um rio novo a cada momento e a cada vez que entramos nele, somos novos também, mas em si é o mesmo rio e somos ainda os mesmos.
É loucura pensar assim, eu sei. Escrever, então, deve ser uma heresia. Mas estamos precisando ser mais loucos e menos sérios. Precisamos ser mais artistas e menos cientistas. Precisamos pintar o mundo com as nossas cores, acabar com esse cinza que suja tudo e que nos turva a vista. É preciso amar, sonhar e ser utópico. São com sonhos e utopias que mudamos a realidade. Ah! E com amor também. – então: amemos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

amizade


Era somente um abraço, mas senti vergonha ao te ver e o abraço ficou perdido. O encontro se reduziu a apenas um “- oi, tudo bem?”... Você se foi, eu também, mas um segundo após eu me senti vazio, quando todas as lembranças de nossa velha amizade saltaram pra fora e ficaram diante de meus olhos.
Foram tantos momentos bons, tantas aventuras. Ao seu lado cresci, física e mentalmente; ao seu lado vivi por toda minha infância, desde àquela bem longínqua, até a mais próxima, quando adolescentes nos tornamos. E foi adolescente que comecei a descobrir o mundo, tudo novo, tudo diferente e você lá comigo, descobrindo seu mundo também. Pena que nossos mundos eram diferentes, ou apenas nossos caminho é que se distanciaram, não sei.
Nunca lhe disse isso, agora nem sei se cabe mais dizer, mas você é meu irmão, o que nunca tive originalmente, mas que ganhei com nossa amizade. Talvez, ou mais precisamente, com certeza, você nunca lerá isso aqui, mas quando revejo meu passado, você quase sempre está lá. E bate uma nostalgia, uma saudade boa de tudo.
E hoje somos quase dois estranhos, alias, somos estranhos, não nos conhecemos mais. Um oi, um olá, um gesto de longe foi tudo que nos restou. Antes irmãos, agora nem sei mais.
Fica aqui então o nosso parentesco de coração que nunca lhe disse; a nostalgia que sinto toda vez que olho para trás e o abraço que não te dei. Um dia quem sabe isso tudo não sai do papel.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

[...]


O que é que tanto procuramos? O que há no fim dessa busca desenfreada que empreendemos? Felicidade, dinheiro, sucesso? - E quem tem tudo isso procura o que? - amor, amigos, paz? Sabe quando você tem tudo isso e mesmo assim sente que algo lhe falta? Quando a vida lhe dá tudo em mãos , mas mesmo assim há um sentimento por dentro que inquieta e machuca?
[...]
- É como se a vida fosse uma grande vitrine, a qual você pode ver, mas não pode tocar.
[...]
Comigo é sempre assim. Tudo que eu quero esta longe, inatingível. E quando eu, enfim alcanço, que já vejo a linha de chegada... é só uma miragem, ela esta outra vez mais longe e a caminha retornar.
[...]
Eu nunca aprendi a dizer tchau. Talvez por isso acumule tanta coisa, e me apegue tão fácil a tudo.
[...]
Há ainda essa terrível disputa que nunca se acaba. Quando não é com alguém, é com nós mesmos. Perder é difícil, vencer também. E o empate não interessa a ninguém.
[...]
E essa saudade que não dá trégua? – vem de onde, é do que? - esse vazio que nunca consigo preencher, nem com abraços, nem com sorrisos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ganhar, perder.


Dizem que sabedoria se adquire com o tempo. Certo? – errado. Sabedoria se tem com experiências e experiências se têm vivendo. Sabedoria, então, adquire-se vivendo... o mais intensamente possível. Não adiantaria de nada alguém ter vivido 100 anos se durante esse tempo nunca experimentou nada da vida. Teria tempo, mas não teria sabedoria nenhuma.
Todo mundo já deve saber disto: estamos aqui para viver e aprender, mas não se aprende nada parado, é o movimento que faz tudo andar. Como diria um velho ditado, reformulado é claro – é fazendo que se aprende (errando ou acertando, não importa, mas fazendo). O interessante é o fazer em si, o mover, o não ficar parado.
Sei que o medo paralisa, que a coragem não é para todos e que as oportunidades não surgem a toda hora (pelo menos não para a maioria de nós mortais). Mas é com perspicácia e desprendimento que temos que agir, aproveitando quando elas surgirem. Simplesmente deixar-se ir.
Se ao final tudo der certo – maravilha, era para dar mesmo. Foi para isso que lutamos. Vamos conquistar mais. Porém, se algo der errado – ok... deu errado, e daí? Vai passar a vida toda se lamentando por isso? Como diria uma grande escritora (Lya Luft) que muito admiro: “Com as perdas, só há um jeito – perdê-las. Com os ganhos, o proveito é saborear cada um como uma fruta boa da estação”.
Então, vamos saborear a vida, como fruta doce. A minha eu já sei qual gosto tem, qual o sabor da sua?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

sunset

O céu estava cada vez mais avermelhado, ou alaranjado... sei lá. Olhando direito dava até para perceber alguns tons lilases no horizonte. Nuvens, quase nenhuma, apenas alguns fiapos brancos, nem dava para apontar imaginando alguma forma ali. O dia tinha sido todo assim, perfeito, bem diferente da abóboda cor de chumbo da semana passada. Por isto ele estava ali, aproveitando aquele momento.
Deitado, na grama ainda úmida da última rega, foi ali que ele passou toda a tarde, ouvindo o cantos dos pássaros, lendo pela quarta vez (ou seria quinta?) seu livro predileto e observando o comportamento de quem passava por ali quase sem o notar. Nunca tinha feito isto, mas resolveu fazer hoje, sem nenhum motivo em especial, logo depois do almoço. Nem sequer se deu ao trabalho de ligar para seu chefe dizendo que não iria voltar ao escritório à tarde. Simplesmente não foi e agora nem lembrava mais a pilha de tarefas que tinha ficado por terminar. Na verdade não lembrava nada. Desligou seu cérebro para todas as outras coisas e apenas curtia aquele instante.
Um pássaro cantou. Por um instante desviou o olho da página que estava e ficou ouvindo aquele canto. Se perguntou porque nunca tinha ouvido um pássaro cantando naquela cidade, na verdade tentou lembrar a última vez que tinha visto um pássaro naquela cidade cinza. Não conseguiu se lembrar. Mas ali estava ele, pequeno, no galho da árvore, de peito aperto cantando. Lindo.
Cerrou os olhos, apenas por alguns instantes, e procurou com todas as forças gravar aquele momento na memória, o canto, a imagem e o cheiro, os sentidos todos. De agora em diante aquele seria seu remédio antimonotonia, do qual o poeta um dia pronunciou.

terça-feira, 30 de junho de 2009

11:32 PM

Escrever bem é uma arte para poucos. – Não, eu não estou entre esses escolhidos, mas mesmo assim continuo borrando papéis com alguns traços de pensamento. Se penso porque existo, e escrevo porque penso, então escrevo porque existo, e enquanto existir o farei.
Gosto desse momento em que venho aqui e escrevo algo. Às vezes (quase sempre, eu sei) me falta inspiração, mesmo assim eu escrevo alguma besteira. Escrevo o que eu sinto, escrevo o que eu penso, escrevo o que eu sou. É, eu sou assim mesmo, uma confusão. Se bem que acho que ser confuso é inerente à raça humana.Todo mundo (odeio isso) tem seus momentos de confusão. Eu tenho aos montes.

domingo, 28 de junho de 2009

domingo

Hoje eu acordei para ficar sozinho. E isso nao me assusta, de forma alguma. Não tenho medo da solidão, funciono bem sozinho. Não é que eu me baste, ou que não precise de ninguém, mas é que hoje (só por hoje), eu nao quero ver ninguém.
Hoje eu acordei nostálgico, aliás, nem é essa a palavra correta, em verdade eu nem sei se existe uma palavra para o que eu to sentindo agora. Sinto... como poderia dizer... uma "saudade do futuro"... é isso.

sábado, 27 de junho de 2009

sobre outros tempos (...)

Foram bons tempos, mas são tempos que se foram. Viraram somente lembrança. – Se sinto saudades? – sim, de vez em quando sinto, mas bons momentos servem apenas para isso, para ficar na memória (ai de vez em quando a gente revira o baú e os acha lá, escondidos sob outras coisas). Assim, se um dia qualquer, quando eu ouvir uma musica ou sentir um cheiro especial não se preocupem ao me encontrar com um olhar meio vago, ou mesmo com uma lágrima no canto do olho, querendo molhar o rosto – estarei bem, talvez nostalgicamente visualizando um outro momento, mas saiba que não há dor nisso. Há, em verdade, um leve traço de felicidade com o qual marquei cada um deles. Há felicidade em tudo isto, saudade também, mas pode ter certeza que estarei bem.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

¬¬


Ainda que às vezes pareça o que não sou, ou que às vezes nem eu me entenda na loucura. Ainda que às vezas o tempo me transforme, ou me retorne ao que fui antes. Ainda que cada coisa, me mostre um mundo novo, ou que cada pessoa, seja uma nova experiência. Ainda que o mundo gire, em torno de seu próprio eixo, ou elipticamente ao redor de algo maior. Além de qualquer sonho, ou qualquer relidade, por mais etéra que possa ser. Por tudo que se foi e por tudo que há de vir ou que talvez nunca chegue... eu sei que sou feliz. ... sem medo algum de dizer, com os pés no chão e a cabeçã nas nuvens... eu sou feliz.

PS: hoje, porém, um tanto triste... alguém que se foi, para um outro lugar. Que vá em paz Michael.

domingo, 14 de junho de 2009

limpando a poeira...

Isso aqui esta cheirando a mofo. Tanto tempo sem ser aberto que está até parecendo aqueles armários das casas de nossas avós, com todas aquelas porcelanas e lembranças guardadas apenas como recordações de um tempo bom.
Mas eis que chega a hora de tirar tudo do armário, sacudir a poeira do esquecimento e limpar cada coisa - uma por uma, até ser possivel se mirar no brilho que resurgir.
Assim, de milhares de coisas que tenho pra dizer... direi apenas que estou de volta. Já até sinto nas pontas dos dedos cada estória querendo sair ganhar seu espaço aqui. Mas, como pra tudo há seu tempo... por hoje basta o que foi escrito.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

08/04/09

Hoje eu vi o sol. Vi como a muito tempo não via: quente e brilhante... me convidando a me libertar de tudo, deixar pra trás tudo que não preciso mais carregar. Hoje eu ouvi o vento - e ele tinha uma voz linda. E de tudo que eu pude escutar, sei que chegou a hora de voltar... o velho Bruno me fez falta, mas ele esta de volta.

domingo, 29 de março de 2009

respostas

Se viestes aqui buscar alguma resposta, me desculpe, mas infelizmente você veio ao lugar errado. Tudo que há aqui sou eu - e eu não sou resposta para nada. Sou sim, todas as perguntas que há no mundo, desde as mais elementares, até as mais cretinas. Se quiseres de mim explicação para algo, saibas, desde já, que não tenho - sou somente sentimento e eles (os sentimentos) não precisam de explicação, nem de momento para acontecer. Não venha procurar aqui um sentido lógico para a vida - viver, em si, já é algo demasiado ilógico e tentar colocar um eixo (ou um freio) nisso tudo é anti-natural. Porém, ao final, se quisestes entrar aqui de coração aberto, de olhos e ouvidos atentos, com todos os sentimentos pulsando - seja muito bem vindo (a)... aqui é seu lugar.

sábado, 28 de março de 2009

28 de março de 2009



"e o silêncio
ainda é
uma boa forma
de se dizer algo..."

quarta-feira, 25 de março de 2009

(...)

Escrevendo eu acreditei que conseguiria expressar tudo que sinto por dentro: todo esse turbilhão de sentimentos, todos os pensamentos (desde os mais despretensiosos até os desmedidos), toda a solidão e nostalgia que carrego aonde quer que eu me encontre. Mas por mais que eu escreva, e nem que eu passasse horas a fio – dias talvez, eu conseguiria colocar para fora um milésimo daquilo que sou.

Às vezes faltam palavras, às vezes os sentimentos são inexplicáveis, às vezes são tantas coisas para ser ditas que escrever não basta. Na verdade nada basta para acalmar a alma e o corpo. Acho que por isso faço tantas coisas ao mesmo tempo e termino, ao final, não fazendo nenhuma. Por isso essa ansiedade, pelo que esta logo ali na minha frente, mas demasiado longe para que eu possa tocar.

E quando as palavras não conseguem traduzir, quando eu não consigo me expressar, é engraçado ver (e ler) nos textos dos outros, aquilo que facilmente poderia ser dito por mim, já que é um sentimento igual, ao menos parecido. Talvez os grandes escritores (e eu não estou me comparando a eles) uma vez ou outra tenham tido essa percepção ao ler algo de outra pessoa, e enxergarem naquelas linhas sua própria voz interior.

Por isso, quem sabe, a frase que afirma que aquilo que foi escrito (ou dito) pertence: metade a quem escreveu (ou disse), e metade a quem leu (ou escutou), seja tão verdadeira. Pois, enquanto cada sentimento ou pensamento está somente na nossa mente, só a nós nos pertence; mas quando posto pra fora, seja de qualquer forma, já não nos pertence exclusivamente.

Portanto, é por conta disto que escrevo. Para poder partilhar com cada pessoa que lê um pouco de mim. E é por isto também que continuo lendo, para cada dia mais ter um pouco daqueles escrevem dentro de mim.

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PS: Talvez lendo isso vocês entendam - http://misteriosa-mente.blogspot.com/2009/03/insatisfacao-pessoal.html

segunda-feira, 23 de março de 2009

eu

Sou uma estória muito bem contada. Não sou um conto (muito curto), nem quero ser um romance (longo demais), apenas uma narrativa em prosa, meio que desvirtuada em versos brancos. Quem me escreve a cada dia sou eu mesmo, com todos os erros e acertos – às vezes apenas algumas páginas, meio borradas, outras tantas, longos capítulos. Sou todos os substantivos - concreto ou abstrato. Às vezes artigo definido outras tantas artigo indefinido. Dos adjetivos, procuro ser cada um, às vezes até todos ao mesmo tempo. Sou singular e plural, um número ordinário e multiplicativo (de quando em vez fracionário). Sou principalmente eu, um pronome pessoal do caso reto, mas posso ser também indefinido ou do caso obliquo. Pratico todos os verbos, até os de estado da natureza, em todas as possíveis variações. Dos advérbios, cada um ao seu modo, eu me complemento em tempo e espaço. E, se preciso for eu me transformo em preposição ou conjunção – uma oração, um complemento verbo-nominal, um sujeito, um predicativo, objetivo ou não. E ao final: - Oh! (interjeição), eu me apago e me escrevo novamente, pois sou uma folha e branco, nas mãos de um artista qualquer.

domingo, 22 de março de 2009

22 de março de 2009


"A vida é uma pedra de amolar:
desgasta-nos ou afia-nos,
conforme o metal de que somos feitos."

(George Bernard Shaw)



E quando tudo a nossa volta parece que ta revirado - de ponta cabeça... o que fazer? Já tentei arrumar tudo, mas como não sabia por onde começar, parece que só fiz bagunçar mais ainda. Não sei, mas acho que foi um vento que passou... não essas brisas quentes de verão, mas aqueles ventos de inverno que fazem redemoinhos de folhas secas e fazem a espinha gelar de frio. Foi ele sim que passou e revirou tudo.

Tudo tá meio estranho. Até meu rosto no espelho parece outro - tem dias que nem me reconheço quando acordo, só lá pro finalzinho da tarde é que lembro que aquele que me fita no reflexo realmente sou eu. Todos à volta estão estranhos - não que eles realmente tenham mudado ou sejam outros... mas é que eu mudei e tem horas que nao consigo mais reconhecer quem me acompanha. Há palavras, gestos, ações que nunca percebi, ou que nunca quis perceber, mas que agora não passam mais ao longe, elas estão bem à vista, em minha frente - e simplesmente não dá mais pra ser o mesmo de outrora.

As inquietações de hoje são parecidas com as que tive a algum tempo atrás: uma vontade enorme de mudar de lugar, mudar de vida, buscar novos rumos, bater outras metas, ter outros sonhos. Sei que o que tenho hoje é fruto de minhas conquistas e sou muito agredecido por tudo, mas é importante querer mais - e eu quero sim.

Tenho sido repetitivo nesse tema, e falando assim parece que não sou feliz - isso não é verdade. Sou feliz e, sem dúvida, vivo um dos períodos mais felizes de minha vida. Só que mudar é preciso - é da essência humana. Se eu continuar fazendo as coisas como sempre faço terei sempre os mesmos resultados, e hoje, mais do que nunca eu quero resultados diferentes. Não sei se serão resultados melhores do que tenho hoje, mas só saberei se tentar.

Hoje, enfim, já sei o que quero pra daqui a um tempo. Já tenho as metas traçadas e anotadas e só preciso de tempo, coragem e sabedoria pra realizá-las. Sei que algumas coisas ficarão pelo caminho... coisas que não quero deixar, mas que terão de ser abandonadas. Sei támbem que as pessoas ao meu redor vao achar algumas atitudes estranhas, como ja vêm achando, só que esse é o preço a se pagar. E eu estou disposto a pagá-lo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

conto inacabado

Existem três tipos de dor:

A dor que fala, a dor que cala e a dor que cria.




Deitou-se mais uma vez na cama e olhou novamente para o teto amarelo e mofado que preenchia todo seu campo de visão. Fechou os olhos e tentou dormir um pouco, mas os pensamentos não o deixaram nem ao menos cochilar. Ficou algum tempo (nem sabia quanto) virando de um lado para outro da cama, mas nem o sono vinha, nem a vontade de ficar ali – sozinho, ia embora. Não queria ver ninguém, por isso chegou da rua, passou pela sala sem ao menos dar boa noite aos presentes e entrou no quarto, levando consigo apenas um vaso de água que imaginou que serviria para aplacar aquela sede que lhe subia pela garganta.

Não estava triste, mas também não estava alegre, na verdade nem ao menos sabia que sentimento era aquele que lhe apertava o peito. Não era a primeira vez que sentia isso e sabia, com uma certeza inabalável, que não seria a última. Sentia vontade de chorar, mas as lágrimas não desciam; sentia vontade de gritar, mas o grito ficava engasgado na garganta sedenta; sentia vontade de sair sem rumo, sem ter pra onde ir, nem hora pra voltar, mas sentia medo de se perder de si.

Levantou-se, e colocou uma música para tocar. Queria preencher aquele vazio que sentia com alguma coisa, ao menos um som, mas o que conseguiu apenas foi que a música lhe trouxesse velhas recordações. E o aperto no peito chegou a tal ponto que por um instante achou que iria sufocar num mar de nostalgia e solidão. Pegou o celular, acessou a agenda e percorreu todos os nomes – de “a” a “z”, tentando encontrar alguém para conversar, alguém para ouvir a voz, alguém para dizer um olá, alguém que o fizesse sentir que não estava sozinho no mundo. E essa era a pior sensação que se podia sentir e a que mais lhe ocorria, mesmo quando estava acompanhado por uma multidão, mesmo quando tinha várias pessoas por perto, ainda assim se sentia sozinho – como nesta noite, em que nem ao menos conseguiu imaginar quem é que lhe atenderia àquela hora, para conversar um pouco que seja.

Continuou deitado, dessa vez no escuro, ouvindo a música que tocava e tentando fazer aquilo que via em todo filme, contar carneirinhos pra ver se o sono chegava. Mas percebeu rapidamente que isso só funcionava no cinema e que a realidade não era tão doce quanto os filmes em que tudo sempre termina em “happy end”.

Refletiu sobre o momento que vinha passando. Grandes coisas vinham acontecendo e grandes mudanças se anunciavam. Por um breve instante teve medo disso tudo – onde iria chegar? Será que todos seus planos e metas seriam cumpridos? Quais obstáculos teria que enfrentar pelo caminho? – pensou nisso tudo e em muitas outras perguntas que foram surgindo e para nenhuma delas teve uma resposta que lhe acalmasse o espírito.

Ficou assim até que o sol começou a pintar o céu de “mil tons” de rosa e a claridade ameaçou invadir o quarto pela janela entreaberta. Chegou até a ouvir o canto dos pássaros acordando e, ao longe, o de um galo anunciando o novo dia. Depois disso não mais ouviu nada e nem sabe ao certo quando o sono o arrebatou e conseguiu enfim desligá-lo de todos os pensamentos. Por fim, dormiu profundamente a manha toda depois de mais uma noite de insônia...