sexta-feira, 23 de julho de 2010

Paixão

Paixão é uma droga – um ópio. É tão viciante quanto as mais viciantes substâncias alucinógenas. Reparem nos sintomas: taquicardia, sudorese, delírios, perda de apetite, déficit de atenção, mudanças bruscas de comportamento, irriquietação, insônia, perda de produtividade, depressão – lembra um usuário de drogas não é? – que nada... é apenas um apaixonado.
Paixão é aquele instante em que você esquece de si e passa a pensar mais no outro. Erro fatal. Não que eu admire ou incentive atitudes individualistas, mas ser egoísta faz parte do processo de vida. Pensar mais e primeiro em si mesmo, se amar mais, se valorizar, evita muitas decepções e dores. Nunca esqueço que todas as vezes que pensei mais no outro do que em mim, só quem saiu perdendo fui eu.
Paixão é sim um vendaval, melhor, um furacão. Daqueles que passam e deixam marcas profundas. Mas como toda boa tempestade, depois dela vem sempre a bonança. É o tempo de arrumar tudo, por todas as coisas nos seus devidos lugares, tirar a poeira do sapato velho e voltar a caminhar.
Mas apaixonar-se é bom – longe de mim dizer que não é. Como toda boa droga, a experiência lúdica, a excitabilidade extrema, as descargas hormonais, os picos de emoção, tudo isso é o grande barato a se aproveitar. Só digo que, assim como as drogas, prefira não experimentar a paixão. E caso cometa o erro de experimentá-la, faça com moderação e muito cuidado para não viciar.
Ao fim, cabe só lembrar: paixão é uma puta falta de sacanagem. Tenho dito!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Definições

Escutei ontem numa rádio, um dos melhores textos que ja escutei na vida... resolvi compartilhá-lo com vocês aqui...
ai vai ele...
o autor é o baiano, contoverso e um tanto louco (por isso, talvez, mais sábio que todos nós) Juca Chaves

Definições

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue;
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo;
Angustia é um nó muito apertado bem no meio do sossego;
Preocupação é um cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair do seu pensamento;
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa;
Certeza é quando a ideia cansa de procurar e pára;
Intuição é quando o seu coração dá um pulinho no futuro e volta rapido;
Pressentimento é quando passa em você o trailler de um filme que pode ser que nem exista;
Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora;
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja;
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento;
Sentimento é a lingua que o coração usa quando precisa mandar algum recado;
Raiva é quando o cachoro que é você mostra os dentes;
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração;
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma;
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros;
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente não podia;
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário;
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção esta dormindo e assume o mandato;
Vontade é o desejo que cisma que você é a casa dele;
Paixão é quando, apesar da palvara perigo, o desejo chega e entra;
Amor é quando a paixao não tem outro compromisso marcado.. não, não, não é isso... amor é um exagero... não, também não... um dilúvio, um mundaréo, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego... er... talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação... esse negócio de amor, eu não sei explicar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

aleatório

Coração é bicho solto, fera indomável – mula sem parelha. Nem adianta forçá-lo a gostar de alguém. Para amores, o coração é meio vesgo – sempre olha para o lado, quando deveria estar olhando para frente (e é sempre o lado errado). Em matéria de sentimentos, razão e emoção são duas peças que não se encaixam no quebra-cabeças da vida. E a vida segue com suas lágrimas que rolam e com seus corações que doem (e como doem).
E para todos aqueles que pescam pelos mares da vida, saibam que eu também sou um pescador. Já peguei peixe grande – dias de sorte; mas também tive meus dias de azar, em que perdi o peixe e até mesmo a linha. Peixes são mesmo animais escorregadios, tem a liberdade nas veias, não é nada fácil capturá-los. Nesses dias pensei que talvez o problema fosse o anzol inadequado ou a isca errada, mas em verdade não tinha problema nenhum, pois, parafraseando o ditado – um dia é do peixe, outro do pescador.
Por fim, caro pescador, aqui vai um conselho tirados das lições que aprendi em meus dias de pescaria: se o peixe lhe escapar, o bom é não chorar – não vale à pena. No máximo permita-se ficar triste, mas só um pouco, pois a alegria é o tempero da vida. Volte pra casa sem mágoa e já que o dia não tava pra peixe, coma carne.
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Ninguém vive de sonhos. Ninguém vive de dias que nunca aconteceram. Amores que nunca se realizaram, não enchem corações. Lábios que nunca se tocaram, são beijos não acontecidos. Propostas vêm e vão, mas nunca viveremos as que nunca foram. Vivemos o momento presente, não um futuro que imaginamos. Vivemos a realidade e esta, pode ou não ser mais cruel do que aquilo que idealizamos. Quem pinta a realidade somos nós mesmos e usamos as cores que queremos (ou possuímos) se você têm poucas matizes, poderá nunca ter um céu colorido, mas se usar a imaginação da forma correta, poderá ter o céu que quiser.

PS: Meu coração é um eterno pôr-do-sol, aqueles de dias quentes de verão. São mil tons de um vermelho vivo prenunciando uma noite mansa – leve brisa que acalma e fascina abaixo de um céu estrelado.

sábado, 10 de julho de 2010

pensamentos soltos...

É tão bom soltar as amarras, deixar as coisas seguirem seu rumo... é sempre um peso a menos para se carregar. Na vida, como em tudo mais, o melhor é agir sem pretensão, mas com afinco e parcimônia. Deixar que tudo corra em seu fluxo normal. Pensar sempre: o que é meu será só meu e de mais ninguém; o que não é meu, que o vento leve para um bom lugar.
As pessoas, assim como tempo, sempre passam por nós. Passam e se vão e aqui cabe a nós sermos fortes o suficiente para as deixarmos ir, sem angustia, sem ressentimento. Ou passam e ficam, nem que sejam por um tempo mínimo – cabe aqui aproveitarmos cadê instante, fazer todo o possível para que os momentos sejam os mais proveitosos e tirar de tudo uma lição que carregaremos conosco para sempre. Só não aprende nada com a vida quem não quer e é tolo aquele que acha que as coisas acontecem por mero acaso. Tudo está ai, tudo nos é dado para que possamos crescer.
Se no caminho há mágoas, choro, um pouco de dor, não se sinta envergonhado – chore o que tiver pra ser chorado, sinta doer (porque dói mesmo), mas não carregue isso para todo o sempre, faça disso tudo um breve instante. Não se fechar para as oportunidades que o mundo apresenta é a chave – toda hora acontece algo novo e se não tivermos atentos e preparados, elas passam por nós e podem nunca mais voltar.
O hoje é o tempo que importa, mas não adianta esquecer o passado, é de lá que tiramos as experiências necessárias para construir o amanhã que queremos. E se queremos muito algo, sem duvida ele acontecerá, basta que não fiquemos parados esperando ele acontecer. Nada acontece ao acaso, sem uma necessidade. E é fazendo o hoje acontecer da melhor forma possível, que alcançaremos o futuro que nos espera.
Se hoje o meu dia está nublado, tenho certeza que por trás das nuvens se esconde um sol pronto para me sorrir. Se agora estou triste, não tenho medo, ontem estava sorrindo, e daqui a pouco estarei novamente – sei disso.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

sobre soprar a poeira

Tem um tempo que não passo aqui, não escrevo nada. Tem um bom tempo também que não ando navegando pelos blogs alheios – tem um tempo que abandonei certas leituras. Como já disse em outro texto, e de certa forma ouvi hoje, esse blog criou teia de aranha. Mas tem certos tempos que são necessários, tempos em que as idéias são amadurecidas, para que depois possamos saboreá-las com a uma fruta doce. Vir aqui de tempos em tempos é como revirar um baú velho e encontrar aquele álbum empoeirado: ao folheá-lo sempre terei a certeza de que encontrarei boas lembranças. Aqui também é assim.
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O que nos ensina a viver? As experiências da vida, os erros, os acertos, os amigos que temos, os milhões de livros de auto-ajuda que sempre dizem aquilo que já sabemos, ou será que somos pré-programados ou mesmo auto suficientes e já temos as respostas de tudo dentro de nós?
É um exercício interessante se olhar no espelho de vez em quando e se perguntar - quem é você realmente? o que há ai por dentro?
É importante também refletir sempre sobre tudo que nos acontece. Não adianta apenas fechar os olhos pra tudo que passa e fingir que nada aconteceu. As coisas vão acontecendo e a gente tem sempre que tentar ao máximo tirar proveito de todas elas. Os anos passam, a vida passa e vida a gente só tem uma. Quando a gente menos espera ela se vai. Aliás, a cada dia a vida se vai mais um pouco e quem não consegue acompanhar os caminhos que ela mostra acaba perdido num labirinto dentro de si mesmo.