quarta-feira, 15 de julho de 2009

amizade


Era somente um abraço, mas senti vergonha ao te ver e o abraço ficou perdido. O encontro se reduziu a apenas um “- oi, tudo bem?”... Você se foi, eu também, mas um segundo após eu me senti vazio, quando todas as lembranças de nossa velha amizade saltaram pra fora e ficaram diante de meus olhos.
Foram tantos momentos bons, tantas aventuras. Ao seu lado cresci, física e mentalmente; ao seu lado vivi por toda minha infância, desde àquela bem longínqua, até a mais próxima, quando adolescentes nos tornamos. E foi adolescente que comecei a descobrir o mundo, tudo novo, tudo diferente e você lá comigo, descobrindo seu mundo também. Pena que nossos mundos eram diferentes, ou apenas nossos caminho é que se distanciaram, não sei.
Nunca lhe disse isso, agora nem sei se cabe mais dizer, mas você é meu irmão, o que nunca tive originalmente, mas que ganhei com nossa amizade. Talvez, ou mais precisamente, com certeza, você nunca lerá isso aqui, mas quando revejo meu passado, você quase sempre está lá. E bate uma nostalgia, uma saudade boa de tudo.
E hoje somos quase dois estranhos, alias, somos estranhos, não nos conhecemos mais. Um oi, um olá, um gesto de longe foi tudo que nos restou. Antes irmãos, agora nem sei mais.
Fica aqui então o nosso parentesco de coração que nunca lhe disse; a nostalgia que sinto toda vez que olho para trás e o abraço que não te dei. Um dia quem sabe isso tudo não sai do papel.

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