domingo, 29 de março de 2009

respostas

Se viestes aqui buscar alguma resposta, me desculpe, mas infelizmente você veio ao lugar errado. Tudo que há aqui sou eu - e eu não sou resposta para nada. Sou sim, todas as perguntas que há no mundo, desde as mais elementares, até as mais cretinas. Se quiseres de mim explicação para algo, saibas, desde já, que não tenho - sou somente sentimento e eles (os sentimentos) não precisam de explicação, nem de momento para acontecer. Não venha procurar aqui um sentido lógico para a vida - viver, em si, já é algo demasiado ilógico e tentar colocar um eixo (ou um freio) nisso tudo é anti-natural. Porém, ao final, se quisestes entrar aqui de coração aberto, de olhos e ouvidos atentos, com todos os sentimentos pulsando - seja muito bem vindo (a)... aqui é seu lugar.

sábado, 28 de março de 2009

28 de março de 2009



"e o silêncio
ainda é
uma boa forma
de se dizer algo..."

quarta-feira, 25 de março de 2009

(...)

Escrevendo eu acreditei que conseguiria expressar tudo que sinto por dentro: todo esse turbilhão de sentimentos, todos os pensamentos (desde os mais despretensiosos até os desmedidos), toda a solidão e nostalgia que carrego aonde quer que eu me encontre. Mas por mais que eu escreva, e nem que eu passasse horas a fio – dias talvez, eu conseguiria colocar para fora um milésimo daquilo que sou.

Às vezes faltam palavras, às vezes os sentimentos são inexplicáveis, às vezes são tantas coisas para ser ditas que escrever não basta. Na verdade nada basta para acalmar a alma e o corpo. Acho que por isso faço tantas coisas ao mesmo tempo e termino, ao final, não fazendo nenhuma. Por isso essa ansiedade, pelo que esta logo ali na minha frente, mas demasiado longe para que eu possa tocar.

E quando as palavras não conseguem traduzir, quando eu não consigo me expressar, é engraçado ver (e ler) nos textos dos outros, aquilo que facilmente poderia ser dito por mim, já que é um sentimento igual, ao menos parecido. Talvez os grandes escritores (e eu não estou me comparando a eles) uma vez ou outra tenham tido essa percepção ao ler algo de outra pessoa, e enxergarem naquelas linhas sua própria voz interior.

Por isso, quem sabe, a frase que afirma que aquilo que foi escrito (ou dito) pertence: metade a quem escreveu (ou disse), e metade a quem leu (ou escutou), seja tão verdadeira. Pois, enquanto cada sentimento ou pensamento está somente na nossa mente, só a nós nos pertence; mas quando posto pra fora, seja de qualquer forma, já não nos pertence exclusivamente.

Portanto, é por conta disto que escrevo. Para poder partilhar com cada pessoa que lê um pouco de mim. E é por isto também que continuo lendo, para cada dia mais ter um pouco daqueles escrevem dentro de mim.

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PS: Talvez lendo isso vocês entendam - http://misteriosa-mente.blogspot.com/2009/03/insatisfacao-pessoal.html

segunda-feira, 23 de março de 2009

eu

Sou uma estória muito bem contada. Não sou um conto (muito curto), nem quero ser um romance (longo demais), apenas uma narrativa em prosa, meio que desvirtuada em versos brancos. Quem me escreve a cada dia sou eu mesmo, com todos os erros e acertos – às vezes apenas algumas páginas, meio borradas, outras tantas, longos capítulos. Sou todos os substantivos - concreto ou abstrato. Às vezes artigo definido outras tantas artigo indefinido. Dos adjetivos, procuro ser cada um, às vezes até todos ao mesmo tempo. Sou singular e plural, um número ordinário e multiplicativo (de quando em vez fracionário). Sou principalmente eu, um pronome pessoal do caso reto, mas posso ser também indefinido ou do caso obliquo. Pratico todos os verbos, até os de estado da natureza, em todas as possíveis variações. Dos advérbios, cada um ao seu modo, eu me complemento em tempo e espaço. E, se preciso for eu me transformo em preposição ou conjunção – uma oração, um complemento verbo-nominal, um sujeito, um predicativo, objetivo ou não. E ao final: - Oh! (interjeição), eu me apago e me escrevo novamente, pois sou uma folha e branco, nas mãos de um artista qualquer.

domingo, 22 de março de 2009

22 de março de 2009


"A vida é uma pedra de amolar:
desgasta-nos ou afia-nos,
conforme o metal de que somos feitos."

(George Bernard Shaw)



E quando tudo a nossa volta parece que ta revirado - de ponta cabeça... o que fazer? Já tentei arrumar tudo, mas como não sabia por onde começar, parece que só fiz bagunçar mais ainda. Não sei, mas acho que foi um vento que passou... não essas brisas quentes de verão, mas aqueles ventos de inverno que fazem redemoinhos de folhas secas e fazem a espinha gelar de frio. Foi ele sim que passou e revirou tudo.

Tudo tá meio estranho. Até meu rosto no espelho parece outro - tem dias que nem me reconheço quando acordo, só lá pro finalzinho da tarde é que lembro que aquele que me fita no reflexo realmente sou eu. Todos à volta estão estranhos - não que eles realmente tenham mudado ou sejam outros... mas é que eu mudei e tem horas que nao consigo mais reconhecer quem me acompanha. Há palavras, gestos, ações que nunca percebi, ou que nunca quis perceber, mas que agora não passam mais ao longe, elas estão bem à vista, em minha frente - e simplesmente não dá mais pra ser o mesmo de outrora.

As inquietações de hoje são parecidas com as que tive a algum tempo atrás: uma vontade enorme de mudar de lugar, mudar de vida, buscar novos rumos, bater outras metas, ter outros sonhos. Sei que o que tenho hoje é fruto de minhas conquistas e sou muito agredecido por tudo, mas é importante querer mais - e eu quero sim.

Tenho sido repetitivo nesse tema, e falando assim parece que não sou feliz - isso não é verdade. Sou feliz e, sem dúvida, vivo um dos períodos mais felizes de minha vida. Só que mudar é preciso - é da essência humana. Se eu continuar fazendo as coisas como sempre faço terei sempre os mesmos resultados, e hoje, mais do que nunca eu quero resultados diferentes. Não sei se serão resultados melhores do que tenho hoje, mas só saberei se tentar.

Hoje, enfim, já sei o que quero pra daqui a um tempo. Já tenho as metas traçadas e anotadas e só preciso de tempo, coragem e sabedoria pra realizá-las. Sei que algumas coisas ficarão pelo caminho... coisas que não quero deixar, mas que terão de ser abandonadas. Sei támbem que as pessoas ao meu redor vao achar algumas atitudes estranhas, como ja vêm achando, só que esse é o preço a se pagar. E eu estou disposto a pagá-lo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

conto inacabado

Existem três tipos de dor:

A dor que fala, a dor que cala e a dor que cria.




Deitou-se mais uma vez na cama e olhou novamente para o teto amarelo e mofado que preenchia todo seu campo de visão. Fechou os olhos e tentou dormir um pouco, mas os pensamentos não o deixaram nem ao menos cochilar. Ficou algum tempo (nem sabia quanto) virando de um lado para outro da cama, mas nem o sono vinha, nem a vontade de ficar ali – sozinho, ia embora. Não queria ver ninguém, por isso chegou da rua, passou pela sala sem ao menos dar boa noite aos presentes e entrou no quarto, levando consigo apenas um vaso de água que imaginou que serviria para aplacar aquela sede que lhe subia pela garganta.

Não estava triste, mas também não estava alegre, na verdade nem ao menos sabia que sentimento era aquele que lhe apertava o peito. Não era a primeira vez que sentia isso e sabia, com uma certeza inabalável, que não seria a última. Sentia vontade de chorar, mas as lágrimas não desciam; sentia vontade de gritar, mas o grito ficava engasgado na garganta sedenta; sentia vontade de sair sem rumo, sem ter pra onde ir, nem hora pra voltar, mas sentia medo de se perder de si.

Levantou-se, e colocou uma música para tocar. Queria preencher aquele vazio que sentia com alguma coisa, ao menos um som, mas o que conseguiu apenas foi que a música lhe trouxesse velhas recordações. E o aperto no peito chegou a tal ponto que por um instante achou que iria sufocar num mar de nostalgia e solidão. Pegou o celular, acessou a agenda e percorreu todos os nomes – de “a” a “z”, tentando encontrar alguém para conversar, alguém para ouvir a voz, alguém para dizer um olá, alguém que o fizesse sentir que não estava sozinho no mundo. E essa era a pior sensação que se podia sentir e a que mais lhe ocorria, mesmo quando estava acompanhado por uma multidão, mesmo quando tinha várias pessoas por perto, ainda assim se sentia sozinho – como nesta noite, em que nem ao menos conseguiu imaginar quem é que lhe atenderia àquela hora, para conversar um pouco que seja.

Continuou deitado, dessa vez no escuro, ouvindo a música que tocava e tentando fazer aquilo que via em todo filme, contar carneirinhos pra ver se o sono chegava. Mas percebeu rapidamente que isso só funcionava no cinema e que a realidade não era tão doce quanto os filmes em que tudo sempre termina em “happy end”.

Refletiu sobre o momento que vinha passando. Grandes coisas vinham acontecendo e grandes mudanças se anunciavam. Por um breve instante teve medo disso tudo – onde iria chegar? Será que todos seus planos e metas seriam cumpridos? Quais obstáculos teria que enfrentar pelo caminho? – pensou nisso tudo e em muitas outras perguntas que foram surgindo e para nenhuma delas teve uma resposta que lhe acalmasse o espírito.

Ficou assim até que o sol começou a pintar o céu de “mil tons” de rosa e a claridade ameaçou invadir o quarto pela janela entreaberta. Chegou até a ouvir o canto dos pássaros acordando e, ao longe, o de um galo anunciando o novo dia. Depois disso não mais ouviu nada e nem sabe ao certo quando o sono o arrebatou e conseguiu enfim desligá-lo de todos os pensamentos. Por fim, dormiu profundamente a manha toda depois de mais uma noite de insônia...

sexta-feira, 6 de março de 2009

sexta-feita


De todas as coisas do mundo, duas me fazem mais falta quando não as tenho por perto: a mim próprio e ao resto todo.
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Mas, mudando de assunto: céu hoje está azul, sem nuvens e com um sol quente quase a derreter tudo à volta. Assim é bom, mas umas centenas de árvores a fazer sombra ainda me fazem falta nesta cidade que moro meio a contragosto. Aqui falta uma praia (maresia), um vento sul (baixinho e refrescante), ou mesmo alguém para matar o tédio diário com uma boa conversa ou com uns beijinhos trocados. Enfim, aqui falta tudo que se deve esperar de uma boa cidade onde se vive.
No mais, tudo caminha e se encaminha... só eu que ando com preguiça de ir a qualquer lugar. Entao fico aqui sentando - lendo, assistindo, digitando e pensando na brevidade (eternidade)da vida, na efemeridade das coisas e na beleza do mundo... Eh! porque o mundo é belo sim - abra os olhos e verá!!!!

quinta-feira, 5 de março de 2009

dá um tom ai!!!!!

Dois acordes dissonantes e uma melodia desafinada: era preciso somente isto para que mil lembranças retornassem, saídas talvez de um poço profundo dentro de mim. Elas sempre retornam (as lembranças), vem com um cheiro, um sabor, uma palavra esquecida, ou mesmo com aquele rock antigo que tocou a rádio dia desses. Elas sempre voltam, para lembrar velhos tempos, velhas pessoas, ou aquele instante no fim de semana passado em que o tempo passou tão depressa que eu nem senti quando o pôr-do-sol invadiu as minhas retinas. Certa vez li que saudade é sinal de que algo no passado valeu à pena – é verdade; e as lembranças são quando a saudade se materializa na nossa mente, se torna palpável. Viver de lembranças é um tormento, viver sem elas é morte certa. Hoje mesmo, me lembro de cada momento alegre, cada mísero instante de segundo em que meu coração bateu descompassado, cada coisa que fiz em todos esses 23 anos de vida. É claro que não me lembro de tudo a todo momento, mas sempre vem uma imagem na mente pra não me deixar esquecer de nada que um dia fiz. Sempre algo retorna, nos mais variados momentos. È tão bom viver assim, é tão bom sentir novamente velhas sensações, mesmo que de uma forma diferente, mesmo que com outra interpretação pra tudo.

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Sempre acreditei que somos novos a cada momento. Cada dia que passou sempre nos acrescenta algo que nos faz novo, ou pelo menos diferente. Mudar, evoluir (ou mesmo involuir) é parte da essência humana. Cada experiência, cada amigo novo, cada palavra trocada, cada pensamento, cada coisa compartilhada nos acrescenta algo, nos torna outro. Por isso acredito também na responsabilidade que é cada nova amizade que crio, cada coisa que digo, ou mesmo cada pensamento que tenho. Acredito no poder de transformação das palavras e que cada uma delas pertence metade a mim e metade a quem ouve.

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Não sei por que processo alguém se torna amigo de outro, ou se relaciona com outro alguém. Às vezes temos milhões de afinidades com outra pessoa e não convivemos, outras tantas temos milhões de diferenças e essa pessoa se torna nosso melhor amigo, nossa companhia eterna. Também queria saber como é que se prova pra alguém que amamos tanto ela, porque não basta apenas dizer isso ou demostrar isso o tempo todo, sempre há uma lacuna a preencher, sempre há uma desconfiança daquilo que fazemos, de nossas verdadeiras intenções. Hoje poderia muito bem reunir algumas pessoas que gosto muito e dizer a elas o quanto eu as amo – mas pra que faria isso? Será realmente que elas entenderiam o tamanho desse gesto? Elas compreenderiam o tamanho desse amor? – tenho certeza que não.

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E o amor... de onde ele surge? Pra onde ele caminha e nos leva? Será que aos 23 eu já estou pronto pra isso ou não existe uma idade certa pra amar?

- Tantas perguntas... tão poucas respostas?

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Ufs... acho que por hoje já chega. Deixa eu ir aqui respirar um pouco de ar puro e talvez depois eu volte pra dizer algo mais.

- Até breve.