quarta-feira, 29 de julho de 2009
flashback
Sabe aquela música, cheiro, imagem? Aquela que te faz viajar, te carrega no colo... na onda dos pensamentos para outro local? – Sabe qual é né?
Pois bem, liguei o rádio dia desses (costume que não tenho), bem no momento “flashback”, a ai foi àquela sessão nostalgia. Literalmente viajei, para uma outra época, revi pessoas que não vejo a muito tempo, me revi, tudo com apenas algumas músicas. Bateu saudade, o coração apertou um pouco, mas logo tratei de guardar tudo de volta na memória. – Guardei sim... por que lá é o lugar delas.
Lembranças são como fios em que vamos amarrando pequenas coisas ao longo do tempo. Alguns amarram muitas coisas – boas e más, outros apenas o que convém, mas todos sempre prendemos algo lá. É tudo uma grande teia, em que pedaços de lembranças se juntam a outras, entrelaçam os fios e se misturam, formando aquilo que é nossa vida, ou pelo menos uma parte dela – o passado.
Mas não vivemos de passado, vivemos sempre o presente. E é por isso que não adianta nada sufocar, chorar e se prender pelo que já passou. O que não foi feito, palavras que não foram ditas, tudo ficou para trás. Arrependimento não carrega ao longo da vida, se sente (por uns minutos no máximo), mas também fica para trás.
A vida é uma estrada que leva só em uma direção – para frente. Olhar para trás é ate possível, mas caminhar de volta não. Cabe a nós manter o passo, mesmo quando a maré estiver contra. Cabe a nos ser o que queremos... sempre.
sábado, 25 de julho de 2009
SELO RECEBIDO
Muito obrigado a quem passa por aqui.
Recebi um selo "ESTE BLOG ME FAZ SORRIR", que posto logo abaixo junto com as regras:
-Fazer referência ao selo e publicá-lo
- Divulgar as regras
- Partilhar cinco coisas que gostamos de fazer
- Indicar 10 blogs a quem se envia o selo
- Informar cada um dos blogs.
EU GOSTO DE LER, ESCREVER, IR AO CINEMA, ESTAR COM MEUS AMIGOS, DE INTERNET (a ordem é aleatória e posso fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo)
Selo - ESTE BLOG ME FAZ SORRIR - Entregue pela Nat Valarini do blog http://garotapendurada.blogspot.com
INDICADOS
http://ed-anjos.blogspot.com/
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http://deoutra-forma.blogspot.com/
http://voufazerumconto.blogspot.com/
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http://www.prolixidades.blogspot.com/
http://notasaocafe.wordpress.com/2009/07/24/volkswagen-porsche/#comment-6194
quinta-feira, 23 de julho de 2009
flores de plástico
Odeio flores de plástico.
De que adianta ter uma flor que nunca murcha, mas que também nunca viveu? Imagine uma flor que nunca brotou, que nunca foi regada, que nunca teve seu botão ansiosamente aguardado para ser visto aberto... De que adianta ser flor, e nunca ter sido visitada por uma abelha ou ter sido entregue em um buquê apaixonado.
Odeio flores de plástico. Elas podem até não murchar, mas acumulam uma poeira eterna de momentos não vividos. Não perecem, mas também não deixam a saudade da lembrança de um dia terem existido, ou perfumado um sonho.
O pior é que não há só flores de plástico. Tem gente que tem “vidas” de plástico e nem sabem, ou sabem e não se importam. Essas pessoas existem, até enfeitam algum canto, acumulam a mesma poeira das flores, mas viver de verdade... não, isso não é para elas.
Por isso eu odeio as flores de plástico.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
de madrugada...
Calar é uma forma de dizer tanto quanto o próprio falar. Se me calo diante de algo que ouço não é porque não tenho respostas, meu silêncio já disse tudo que queria. Se tu não compreendes – paciência... Chegará o dia, espero eu, que só de olhar, tu irás me entender.
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Se choro, e às vezes eu choro sim, nem sempre é de tristeza: choro por alegrias contagiantes, por amores que nunca tive e por saudado do que não vivi. Choro também em filmes – de amor ou comédia, não importa.
_______________________
Quando leio, escrevo, ou penso, faço isso de todo o coração - sou todo eu. Mesmo que aquilo que leio não seja meu, ou o que escrevo seja inspirado em outra escrita qualquer, ou o que penso alguém já tenha pensado antes, quando algo passa por aqui, meu filtro transforma tudo. Tudo se transforma em mim.
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Se choro, e às vezes eu choro sim, nem sempre é de tristeza: choro por alegrias contagiantes, por amores que nunca tive e por saudado do que não vivi. Choro também em filmes – de amor ou comédia, não importa.
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Quando leio, escrevo, ou penso, faço isso de todo o coração - sou todo eu. Mesmo que aquilo que leio não seja meu, ou o que escrevo seja inspirado em outra escrita qualquer, ou o que penso alguém já tenha pensado antes, quando algo passa por aqui, meu filtro transforma tudo. Tudo se transforma em mim.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
As pessoas têm medo do novo. Isso é normal, eu também tenho. Ter medo do desconhecido, do que vem é autodefesa aprendida há muito tempo e ainda entranhada em nosso DNA. Até aqui nada demais, o problema começa quando esse medo paralisa, quando deixamos de fazer coisas que deveríamos fazer, quando nos acomodamos, quando nem apenas tentamos.
Viver em si é transformar-se, é sempre ser novo. Não nascemos prontos e a cada vez que aprendemos algo diferente, mudamos, para melhor ou pior, mas mudamos. Ninguém perde sua essência ao mudar, continuamos da mesma forma, mas ao mesmo tempo diferente. É como a filosofia dos mestres antigos: o rio que passa é um rio novo a cada momento e a cada vez que entramos nele, somos novos também, mas em si é o mesmo rio e somos ainda os mesmos.
É loucura pensar assim, eu sei. Escrever, então, deve ser uma heresia. Mas estamos precisando ser mais loucos e menos sérios. Precisamos ser mais artistas e menos cientistas. Precisamos pintar o mundo com as nossas cores, acabar com esse cinza que suja tudo e que nos turva a vista. É preciso amar, sonhar e ser utópico. São com sonhos e utopias que mudamos a realidade. Ah! E com amor também. – então: amemos.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
amizade
Era somente um abraço, mas senti vergonha ao te ver e o abraço ficou perdido. O encontro se reduziu a apenas um “- oi, tudo bem?”... Você se foi, eu também, mas um segundo após eu me senti vazio, quando todas as lembranças de nossa velha amizade saltaram pra fora e ficaram diante de meus olhos.
Foram tantos momentos bons, tantas aventuras. Ao seu lado cresci, física e mentalmente; ao seu lado vivi por toda minha infância, desde àquela bem longínqua, até a mais próxima, quando adolescentes nos tornamos. E foi adolescente que comecei a descobrir o mundo, tudo novo, tudo diferente e você lá comigo, descobrindo seu mundo também. Pena que nossos mundos eram diferentes, ou apenas nossos caminho é que se distanciaram, não sei.
Nunca lhe disse isso, agora nem sei se cabe mais dizer, mas você é meu irmão, o que nunca tive originalmente, mas que ganhei com nossa amizade. Talvez, ou mais precisamente, com certeza, você nunca lerá isso aqui, mas quando revejo meu passado, você quase sempre está lá. E bate uma nostalgia, uma saudade boa de tudo.
E hoje somos quase dois estranhos, alias, somos estranhos, não nos conhecemos mais. Um oi, um olá, um gesto de longe foi tudo que nos restou. Antes irmãos, agora nem sei mais.
Fica aqui então o nosso parentesco de coração que nunca lhe disse; a nostalgia que sinto toda vez que olho para trás e o abraço que não te dei. Um dia quem sabe isso tudo não sai do papel.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
[...]
O que é que tanto procuramos? O que há no fim dessa busca desenfreada que empreendemos? Felicidade, dinheiro, sucesso? - E quem tem tudo isso procura o que? - amor, amigos, paz? Sabe quando você tem tudo isso e mesmo assim sente que algo lhe falta? Quando a vida lhe dá tudo em mãos , mas mesmo assim há um sentimento por dentro que inquieta e machuca?
[...]
- É como se a vida fosse uma grande vitrine, a qual você pode ver, mas não pode tocar.
[...]
Comigo é sempre assim. Tudo que eu quero esta longe, inatingível. E quando eu, enfim alcanço, que já vejo a linha de chegada... é só uma miragem, ela esta outra vez mais longe e a caminha retornar.
[...]
Eu nunca aprendi a dizer tchau. Talvez por isso acumule tanta coisa, e me apegue tão fácil a tudo.
[...]
Há ainda essa terrível disputa que nunca se acaba. Quando não é com alguém, é com nós mesmos. Perder é difícil, vencer também. E o empate não interessa a ninguém.
[...]
E essa saudade que não dá trégua? – vem de onde, é do que? - esse vazio que nunca consigo preencher, nem com abraços, nem com sorrisos.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Ganhar, perder.
Dizem que sabedoria se adquire com o tempo. Certo? – errado. Sabedoria se tem com experiências e experiências se têm vivendo. Sabedoria, então, adquire-se vivendo... o mais intensamente possível. Não adiantaria de nada alguém ter vivido 100 anos se durante esse tempo nunca experimentou nada da vida. Teria tempo, mas não teria sabedoria nenhuma.
Todo mundo já deve saber disto: estamos aqui para viver e aprender, mas não se aprende nada parado, é o movimento que faz tudo andar. Como diria um velho ditado, reformulado é claro – é fazendo que se aprende (errando ou acertando, não importa, mas fazendo). O interessante é o fazer em si, o mover, o não ficar parado.
Sei que o medo paralisa, que a coragem não é para todos e que as oportunidades não surgem a toda hora (pelo menos não para a maioria de nós mortais). Mas é com perspicácia e desprendimento que temos que agir, aproveitando quando elas surgirem. Simplesmente deixar-se ir.
Se ao final tudo der certo – maravilha, era para dar mesmo. Foi para isso que lutamos. Vamos conquistar mais. Porém, se algo der errado – ok... deu errado, e daí? Vai passar a vida toda se lamentando por isso? Como diria uma grande escritora (Lya Luft) que muito admiro: “Com as perdas, só há um jeito – perdê-las. Com os ganhos, o proveito é saborear cada um como uma fruta boa da estação”.
Então, vamos saborear a vida, como fruta doce. A minha eu já sei qual gosto tem, qual o sabor da sua?
quinta-feira, 2 de julho de 2009
sunset
O céu estava cada vez mais avermelhado, ou alaranjado... sei lá. Olhando direito dava até para perceber alguns tons lilases no horizonte. Nuvens, quase nenhuma, apenas alguns fiapos brancos, nem dava para apontar imaginando alguma forma ali. O dia tinha sido todo assim, perfeito, bem diferente da abóboda cor de chumbo da semana passada. Por isto ele estava ali, aproveitando aquele momento.
Deitado, na grama ainda úmida da última rega, foi ali que ele passou toda a tarde, ouvindo o cantos dos pássaros, lendo pela quarta vez (ou seria quinta?) seu livro predileto e observando o comportamento de quem passava por ali quase sem o notar. Nunca tinha feito isto, mas resolveu fazer hoje, sem nenhum motivo em especial, logo depois do almoço. Nem sequer se deu ao trabalho de ligar para seu chefe dizendo que não iria voltar ao escritório à tarde. Simplesmente não foi e agora nem lembrava mais a pilha de tarefas que tinha ficado por terminar. Na verdade não lembrava nada. Desligou seu cérebro para todas as outras coisas e apenas curtia aquele instante.
Um pássaro cantou. Por um instante desviou o olho da página que estava e ficou ouvindo aquele canto. Se perguntou porque nunca tinha ouvido um pássaro cantando naquela cidade, na verdade tentou lembrar a última vez que tinha visto um pássaro naquela cidade cinza. Não conseguiu se lembrar. Mas ali estava ele, pequeno, no galho da árvore, de peito aperto cantando. Lindo.
Cerrou os olhos, apenas por alguns instantes, e procurou com todas as forças gravar aquele momento na memória, o canto, a imagem e o cheiro, os sentidos todos. De agora em diante aquele seria seu remédio antimonotonia, do qual o poeta um dia pronunciou.
Deitado, na grama ainda úmida da última rega, foi ali que ele passou toda a tarde, ouvindo o cantos dos pássaros, lendo pela quarta vez (ou seria quinta?) seu livro predileto e observando o comportamento de quem passava por ali quase sem o notar. Nunca tinha feito isto, mas resolveu fazer hoje, sem nenhum motivo em especial, logo depois do almoço. Nem sequer se deu ao trabalho de ligar para seu chefe dizendo que não iria voltar ao escritório à tarde. Simplesmente não foi e agora nem lembrava mais a pilha de tarefas que tinha ficado por terminar. Na verdade não lembrava nada. Desligou seu cérebro para todas as outras coisas e apenas curtia aquele instante.
Um pássaro cantou. Por um instante desviou o olho da página que estava e ficou ouvindo aquele canto. Se perguntou porque nunca tinha ouvido um pássaro cantando naquela cidade, na verdade tentou lembrar a última vez que tinha visto um pássaro naquela cidade cinza. Não conseguiu se lembrar. Mas ali estava ele, pequeno, no galho da árvore, de peito aperto cantando. Lindo.
Cerrou os olhos, apenas por alguns instantes, e procurou com todas as forças gravar aquele momento na memória, o canto, a imagem e o cheiro, os sentidos todos. De agora em diante aquele seria seu remédio antimonotonia, do qual o poeta um dia pronunciou.
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