quinta-feira, 5 de março de 2009

dá um tom ai!!!!!

Dois acordes dissonantes e uma melodia desafinada: era preciso somente isto para que mil lembranças retornassem, saídas talvez de um poço profundo dentro de mim. Elas sempre retornam (as lembranças), vem com um cheiro, um sabor, uma palavra esquecida, ou mesmo com aquele rock antigo que tocou a rádio dia desses. Elas sempre voltam, para lembrar velhos tempos, velhas pessoas, ou aquele instante no fim de semana passado em que o tempo passou tão depressa que eu nem senti quando o pôr-do-sol invadiu as minhas retinas. Certa vez li que saudade é sinal de que algo no passado valeu à pena – é verdade; e as lembranças são quando a saudade se materializa na nossa mente, se torna palpável. Viver de lembranças é um tormento, viver sem elas é morte certa. Hoje mesmo, me lembro de cada momento alegre, cada mísero instante de segundo em que meu coração bateu descompassado, cada coisa que fiz em todos esses 23 anos de vida. É claro que não me lembro de tudo a todo momento, mas sempre vem uma imagem na mente pra não me deixar esquecer de nada que um dia fiz. Sempre algo retorna, nos mais variados momentos. È tão bom viver assim, é tão bom sentir novamente velhas sensações, mesmo que de uma forma diferente, mesmo que com outra interpretação pra tudo.

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Sempre acreditei que somos novos a cada momento. Cada dia que passou sempre nos acrescenta algo que nos faz novo, ou pelo menos diferente. Mudar, evoluir (ou mesmo involuir) é parte da essência humana. Cada experiência, cada amigo novo, cada palavra trocada, cada pensamento, cada coisa compartilhada nos acrescenta algo, nos torna outro. Por isso acredito também na responsabilidade que é cada nova amizade que crio, cada coisa que digo, ou mesmo cada pensamento que tenho. Acredito no poder de transformação das palavras e que cada uma delas pertence metade a mim e metade a quem ouve.

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Não sei por que processo alguém se torna amigo de outro, ou se relaciona com outro alguém. Às vezes temos milhões de afinidades com outra pessoa e não convivemos, outras tantas temos milhões de diferenças e essa pessoa se torna nosso melhor amigo, nossa companhia eterna. Também queria saber como é que se prova pra alguém que amamos tanto ela, porque não basta apenas dizer isso ou demostrar isso o tempo todo, sempre há uma lacuna a preencher, sempre há uma desconfiança daquilo que fazemos, de nossas verdadeiras intenções. Hoje poderia muito bem reunir algumas pessoas que gosto muito e dizer a elas o quanto eu as amo – mas pra que faria isso? Será realmente que elas entenderiam o tamanho desse gesto? Elas compreenderiam o tamanho desse amor? – tenho certeza que não.

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E o amor... de onde ele surge? Pra onde ele caminha e nos leva? Será que aos 23 eu já estou pronto pra isso ou não existe uma idade certa pra amar?

- Tantas perguntas... tão poucas respostas?

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Ufs... acho que por hoje já chega. Deixa eu ir aqui respirar um pouco de ar puro e talvez depois eu volte pra dizer algo mais.

- Até breve.

Um comentário:

Madalena disse...

Da saudade - eu vim sentindo a sua falta;
Das coisas novas - é bom nascer toda vez que acordo;
Das demonstrações - um pouco aqui, um pouco ali [...] de todo jeito, inconsciente e conscientemente [...] não são precisos grandes feitos;
Das amizades - Um mundo todo por ai a nossa disposição;
Do(s) amor(es) - Nem tanto de nós assim tão disponível, mas tempo suficiente pra viver alguns e espaço de sobra para acomodá-los dentro de nós.

Beijo, meu chuchu.