domingo, 30 de novembro de 2008

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... to sentindo um friozinho aqui na barriga que chega ta queimando.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"cabra-cega"

Meus instintos me guiam, minha intuição me leva por caminhos desconhecidos e eu tenho a absoluta certeza que, mesmo em meio à escuridão, ou ao desapego profundo da alma, sei por onde eu ando.
Às vezes um tropeço em algo espalhado pelo chão, ou um esbarrão num móvel fora de lugar, mas é só deixar os instintos aflorarem que o negrume da noite se torna claro como uma manhã de verão. Dá pra sentir seu cheiro ainda, e sei que ele me leva a você... mas também sei que não é esse o caminho que quero seguir. Dá pra ouvir leves barulho: um tique-taque apressado de um relógio de parede, uma buzina lá fora... mas o caminho que eu sigo leva pro outro lado de tudo isso, rumo a um desconhecimento eterno.
Sinto o coração palpitando, como se alguém gritasse baixinho em meu ouvido “está ficando quente”... “está ficando mais quente”... e é por aqui que eu vou, sem ressentimentos e com um total desapego de tudo... feliz da vida, porque sei que os meus caminhos sou eu quem traço a cada dia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

life in technocolor II

Ando por ai, com os pensamentos a mil, com o mundo na palma da mão, com o coração batendo descompassado e pensando na distância que separa, no calor que arde, na saudade que sufoca e na ansiedade que consome.

Não durmo bem há um bom tempo, quer dizer, desde que “me entendo por gente”, não sei o que é dormir direito, sempre existiu em mim essa inquietude que vai pingando gota a gota até se transforma em um oceano, quem sabe um dia eu termine me afogando, ou quem sabe eu aprendo a nadar... pra bem longe ou pra lugar nenhum.

Agora to aqui escutando uma música, escrevendo um pouco, tentando não pensar em nada, mas até o não pensar em nada se torna o pensar em alguma coisa... como se o nada não pudesse existir, pois em si o nada já é alguma coisa. E termino sempre pensando em outros lugares e em outros tempos... como se isso tudo aqui não me comportasse, como se esse mundo ou essa época não me pertencesse. Às vezes me dá uma estranheza de tudo, do mundo e ate de mim mesmo, e eu termino me desconhecendo, me perdendo em labirintos... mas sempre retorno e me encontro... pois estou logo ali, sentado no banco da praça, ouvindo o canto de um passarinho. A melodia é linda tem os acordes de um sonho e a leveza de uma nuvem...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Apaixone-se

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram para nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: A GENTE CRESCE ATRAVÉS DA GENTE MESMO. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada dois em um: DUAS PESSOAS PENSANDO IGUAL, AGINDO IGUAL, QUE ERA ISSO QUE FUNCIONAVA. Não nos contaram que isso tem nome: ANULAÇÃO. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustam as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

(John Lennon)

pró-verbios

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Apagar o passado não transforma o futuro em algo melhor. Mas, aprender com as lições que o passado nos impôs, pode abrir caminhos para um amanhã mais feliz.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Às vezes a melhor coisa a se fazer é ficar calado... mudo, mas dizemos coisas que não deveriam ser ditas, verdades impronunciáveis, segredos que deveriam ficar enterrados, e terminamos magoando alguem, ferindo sentimentos. Outras vezes deveríamos falar, colocar tudo pra fora, e o que surge de dentro é so silêncio e solidão... e mais uma vez, sem querer ou não, terminamos magoando quem está ao nosso lado.
Esses são os descaminhos da vida. E não adianta correr disso tudo porque só se vive plenamente quando nos permitimos viver o mais intensamente possível. E nessa caminhada os obstáculos sempre vem, basta apenas sermos fortes o suficiente para superá-los... É uma questão de escolha - eu escolhi ser forte e to vivendo...
-E você... o que você escolheu pra sua vida?
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Toda vida deveria ter muitas exclamações, algumas virgulas e interrogações e nenhum ponto final... só reticências...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

solidão


Passou a mão mais uma vez pelo vazio da cama ao seu lado e lembrou que já era a quinta vez, somente esta noite, que fazia isso. Correu a mão pelo lençol de seda que cobria seu corpo, e sentiu novamente o nó que lhe apertava a garganta, quase sufocando. Uma lágrima correu pelo rosto e se perdeu no suor febril daquela noite quente de verão em que não tinha conseguido dormir mais que meia hora. Olhou novamente para os ponteiros do relogio que caminhavam lentamente, quase parando... rezou para que eles, naquela noite ou somente por um instante, girassem mais depressa, rezou para que o dia raiasse logo e aquela noite maldita partisse com os primeiros raios de sol. Virou para o lado tentando dormir novamente, lembrou-se das outras noites de angústia, desde que ela foi embora, sem dizer o "porquê", somente deixando um "adeus" escrito em batom no espelho do banheiro. Mais uma vez chorou baixinho, com medo que outros monstros acordassem e se juntassem aos que já lhe atormentavam. Ficou assim, não se sabe por quantos minutos, até que entorpecido pelas lembranças, e por muitas noites sem dormir, conseguiu ter algumas horas de um sono bom, sem nada que o pudesse incomodar.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

reflexos


Ela olhou outra vez para espelho tentando reconhecer que figura era aquela que a fitava do outro lado - mais uma vez não reconheceu de quem era aquele rosto.
- Não... ela não estava doida, ou tendo algum tipo de esquecimento súbito. Somente não sabia identificar quem era o outro alguém do espelho que lhe devolvia aquele olhar de incredulidade e de espanto.
Esta cena se repetia todos os dias, todas as manhãs, quando acordava e por alguns instantes parava diante do espelho já bastante gasto que ocupava toda a parede central do banheiro. Esta cena lhe era comum, mas todas as vezes ainda se surpreendia com a nova imagem que o espelho lhe devolvia.
- Não... não estava louca. Só sabia que cada dia que passava lhe acrescentava novas experiências, erros, acertos, algumas rugas, certos sentimentos, uns poucos fios de cabelos brancos (que ela sempre tingia de vermelho)e que cada dia era uma pessoa nova - porém com a mesma essência.
Era essa certeza que fazia, todos os dias, a susto passar, e o olhar de incredulidade se transformar num liame de ternura. Um amor por si própria, uma felicidade suprema em estar novamente viva - e sempre nova.
Assim eram todas as manhãs... amanhã seria novamente.

terça-feira, 4 de novembro de 2008


O que deixei de fazer ou fiz errado passou a ser parte da minha vida... um aprendizado.

(Ary Fontura)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

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Tem coisas que não deveriam acontecer nem uma vez... quanto mais se repetir. Tem coisas que não deveriam ser ditas, mas se torna tão imprescindível dizê-las que não dá pra adiar - uma horas elas tem quer ser ditas. Pena que nem tudo sai da forma como a gente queria, pena que a vida não é uma massa de modelar que a gente aperta e cria o que queremos. Ela tem seus próprios contorno e caminhos e segue impassível, a gente é que corre atrás.
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Aquela brisa, não sei de onde vinha, mas tinha um cheiro de saudade, tão salgada quanto o azul do mar. Veio de repente, passou manhosa por mim, me pegou pela mão... talvez pelo mistério, ou pelo friozinho na barriga, eu deixei me levar, sem saber pra onde ia, nem se ia voltar... fui caminhando, entre flores e acordes desencontrados de um violão, eu fui caminhando...