domingo, 24 de agosto de 2008

medo

Mais uma vez a vida dá uma volta, e as mudanças se mostram inevitáveis. Nesse entretempo só sobra espaço pro medo tomar conta, as vezes só como um leve friozinho na barriga, outras tantas tão forte que chega a paralizar.
Tenho 22 anos, as vezes me sinto onipotente, capaz de abraçar o mundo e ainda ter espaço de sobra; já agora e assim é por diversas vezes, me sinto tão minúsculo e frágil que o que eu mais quero é um colo pra me abrigar e onde eu possa colocar a cabeça e chorar.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Segredo

Vou lhes contar um segredo:

Quanto mais eu rezo

Mais tenho duvidas

Se dois mais dois

São realmente quatro

Ou se já viraram três.

Vou lhes falar mais:

Quanto mais eu penso

Na infinitude do tempo,

Mais eu relembro da

Inexatidão das nuvens,

Que hora são coisas,

Outra hora são apenas fiapos.

E por isso tudo vou vivendo

Na mais completa solidão,

Não de corpo, porque essa não tenho,

Mas de alma, que é minha sina.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

100

De repente abri velhas cartas, poucas foram as que eu recebi, a maioria são as que nao foram entregues - Silêncio - Palavras que nunca foram lidas, frases soltas, sem sentido algum (agora)... e velhas emoções me revisitaram, todas tolas, assim como todas as cartas. Disse o poeta uma vez: "todas as cartas de amor são ridiculas" - e mais uma vez teve razão.

Agora me lembrei porque elas nunca foram entregues - ainda bem.
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Ainda nao sei o que vou ser quando crescer, talvez um soldado de chumbo, ou um artista de circo (um palhaço, um malabarista ou um mágico), ou quem sabe até um louco solitário, apaixonado pela lua... quem sabe... quem saberá...
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Só sei de uma coisa... o não saber é uma virtude. E, diferente do que dizem a ignorância não é a mãe de todos os pecados - a incompreensão sim é que envenena a alma.
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Uma vez eu me perguntei e mais uma vez eu me pergunto...
Pra que salvar as baleias se somos nós humanos que precisamos de salvação?
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PS: essa é a centésima postagem... quem diria que chegaria a tanto!!!

dias


Há dias na vida em que a vida não nos permite andar nas nuvens, talvez haja um “que” de mistério nisso tudo que não goste de mostrar a sua face, como aqueles velhos segredos, que se reviram em baús guardados em borradas lembranças de outrora.

Há dias na vida em que as matizes geladas de cinza pintam tudo: não deixam os quentes vermelhos ou os azuis refrescantes aparecerem, no máximo uns amarelos pálidos ou uns laranjas outonais.

Há dias também em que nem os mais estrondosos gritos conseguem ser ouvidos, há silêncios muito mais profundos, palavras não ditas, contidas em alguma garganta, em algum peito, ou nem há nada mesmo, só a solidão de um pôr-do-sol.

Por falar em solidão – velha companheira – lembro de certos vazios em minh’alma, nunca preenchidos, nem mesmo pela matéria dos sonhos, ou por canções sem sentido.

E após esse breve parênteses, abro aspas e escrevo: “Quando o mundo a nossa volta parece girar mais depressa e um dia parece ter a metade de um dia qualquer, o melhor a fazer é se agarrar no chão pra não ser centrifugado para fora de tudo, para fora do tempo, para fora de si mesmo”. Logo após eu fecho as aspas e ponho um ponto final nisso tudo.